Quisera trazer de volta
as raízes das árvores da quinta,
bem como os animais de capoeira
e os cães que morreram envenenados.
Quisera voltar às palmeiras e cerejeiras,
ao campo lavrado e ao tanque com os peixes.
Quisera sair o portão grande,
atravessar a estrada de terra
e perder-me no caminho.
Quisera.
Não fora o pó acumulado
e eu poderia ter voltado e saído,
ao mesmo tempo que os outros.
Paula Raposo - 22 de Março de 2014.
quinta-feira, 27 de março de 2014
terça-feira, 18 de março de 2014
Noctívago
Tornamo-nos noctívagos
no primeiro momento em que vemos a luz
e choramos.
É um instante abrupto
quando nos arrancam
o corpo do corpo da mãe.
Somos noctívagos
no desespero dos filhos
que largamos na vida.
Paula Raposo - Março de 2014.
no primeiro momento em que vemos a luz
e choramos.
É um instante abrupto
quando nos arrancam
o corpo do corpo da mãe.
Somos noctívagos
no desespero dos filhos
que largamos na vida.
Paula Raposo - Março de 2014.
sábado, 15 de março de 2014
Instinto
Deixa amadurecer a primavera
ao longo do rio.
Nas flores,
nos astros, nas tuas mãos.
Deixa olhar e ver as tuas sombras,
sem que o instinto se perca.
Paula Raposo - Março de 2014.
ao longo do rio.
Nas flores,
nos astros, nas tuas mãos.
Deixa olhar e ver as tuas sombras,
sem que o instinto se perca.
Paula Raposo - Março de 2014.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Canto
Ficar num canto do quarto a pensar,
descer as escadas em direcção à porta da rua
e, sem olhar para trás, recuperar outro tempo.
Resta a fraca imaginação nos relógios
ou nas ampulhetas.
Ir sem regresso é o quotidiano.
Paula Raposo - Março de 2014.
descer as escadas em direcção à porta da rua
e, sem olhar para trás, recuperar outro tempo.
Resta a fraca imaginação nos relógios
ou nas ampulhetas.
Ir sem regresso é o quotidiano.
Paula Raposo - Março de 2014.
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